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O que as nossas emoções têm a nos ensinar

O que as nossas emoções têm a nos ensinar

Você já parou para pensar qual a função das nossas emoções? Afinal, qual a razão da nossa capacidade de sentir tantas coisas?

As vezes sentimos coisas boas, gostosas de experimentar; outras vezes sentimos coisas tão desagradáveis que dá vontade até de fingir que não estamos sentindo nada…Mas a verdade é que somos sempre um radar de emoções e sentimentos captando e emitindo todas essas respostas do nosso corpo e psique.

Dalai Lama, líder espiritual e chefe de estado do Tibete,  idealizou “um mapa das emoções”.  Ele pediu a seu velho amigo e renomado cientista de emoções, Dr. Paul Ekman, que pusesse em prática a sua idéia. Ekman assumiu a criação do Atlas de Emoções juntamente com sua filha, Eve Ekman. O Atlas representa o que os pesquisadores aprenderam sobre o estudo psicológico das emoções.

Também através deste estudo que durou décadas, Paul Ekman e sua equipe receberam o convite para trabalhar como consultores científicos para o filme “DivertidaMente” (2015) da Pixar.  No filme, vemos ilustrado como Railey, uma menina de 11 anos de idade, vive muitas transformações enquanto suas emoções estruturam sua psique e personalidade.

Como é representado pelos cinco personagens do longa-metragem, existem cinco emoções base: raiva, medo, alegria, tristeza e nojo. De cada uma delas derivam outras emoções. Por exemplo, o prazer, a compaixão e o alívio derivam da alegria; a irritação, a frustração e o rancor são diferentes aspectos da raiva; o descontentamento e a aversão, do nojo; e assim por diante.

Além disso, cada uma das emoções base possuem uma fisiologia diferente: elas são representadas por gráficos no Atlas das emoções, nos quais é  possível  verificar a curva de desenvolvimento de um estado emocional para outro. Isso significa que sentimos a tristeza e suas derivadas de maneira crescente, porém não explosiva como as emoções que derivam da raiva, por exemplo.

Byigton (2003), médico psiquiatra e analista junguiano, cunhou o termo inveja criativa. Como o próprio nome indica, existiria então um aspecto construtivo até mesmo das nossas emoções mais sombrias.  Ou seja, mesmo através da inveja, poderíamos ver um espelho de nós mesmos, algo que nos identificamos ou mesmo desejamos.

Se examinarmos com mais cautela os nossos medos, por exemplo, será que eles também não traduzem algo de muito valoroso para nós, e então exatamente por isso temos medo de perdê-lo?

Assim pode ser com o ciúmes, com a ansiedade, e tantas outras emoções que por vezes tentamos ignorar ou negar.

Aparentemente, não fomos ensinados a identificar nossos sentimentos. Vivemos em uma cultura que valoriza o saber racional. Contudo, já é possível perceber que a nossa cabeça pode até nos pregar algumas peças: tentar nos convencer de algo que realmente não acreditamos, ou persuadir para tomar aquela atitude que julga mais correta. Mas o nosso coração, não.  Ele sempre irá nos mostrar uma verdade interior sobre nós mesmos.

Então, da próxima vez que tiver aquele sentimento intenso de estremecer o peito e encher os olhos de lágrimas, pare e se pergunte: o que posso aprender sobre mim mesmo ?

 

Bibliografia:

ARAKAKI, B.; BIANCO, M. Por trás de divertida mente: uma análise psicológica da animação da Pixar. Jung & Corpo, São Paulo, Ano XVII, N. 17., 73-81, setembro 2017

BYINGTON, C. Inveja criativa: o resgate de uma força transformadora, São Paulo: Religare, 2002.

EKMAN, atlas of emotions. Disponível em:< http://atlasofemotions.org/> Acesso em 18 de ago. de 2020.

 

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